A IA em procurement está mudando a forma como muitas empresas compram, e hoje você vai descobrir porque.
Com o amadurecimento de tecnologias como IA generativa, automação cognitiva, analytics e agentes autônomos, o ciclo tradicional de compras (requisitar, aprovar, comprar e pagar) está se afastando de um processo transacional.
Em 2026, estaremos prestes a consolidar um novo paradigma: uma área mais inteligente, preditiva e autônoma.
A Gartner, por exemplo, posicionou a IA para procurement no “Peak of Inflated Expectations” (pico de expectativas exageradas, ou seja, quando a tecnologia está em alta mas ainda não provou seu valor real) em 2024.
Já no ano seguinte, indicou a tecnologia no “Trough of Disillusionment” (vale da desilusão, quando as expectativas irreais caem e começam os aprendizados práticos sobre o que funciona).
A Deloitte, em sua pesquisa global com Chief Procurement Officers (CPOs), também demonstrou que organizações que combinam tecnologia + talento + cultura digital também entregam resultados superiores:
- 96% atingem ou superam metas de economia de custo;
- 94% superam metas de cost-avoidance (evitar custos desnecessários);
- 84% apresentam melhor desempenho de paceiros e satisfação de stakeholders;
- 56% relatam avanço em inovação.
Em relação às indústrias brasileiras de grande porte, que lidam com desafios complexos, esse cenário significa uma disrupção estratégica. Portanto, se você está à frente de suprimentos, saiba que 2026 será o ano decisivo.
Quer descobrir um panorama completo das tecnologias de IA em procurement? Acompanhe o guia que preparamos!
Por que 2026 será o marco do procurement inteligente?
Nos últimos 20 anos, a função de procurement se transformou, passando de um processo operacional para uma gestão mais abrangente. Sem falar, é claro, na integração com SRM, portais eletrônicos, ERP e automação de pedidos e aprovações.
Apesar de todas essas mudanças, a essência do processo permanecia reativa:
- Solicitações feitas conforme a demanda;
- Cotações solicitadas manualmente;
- Contratos revisados periodicamente;
- Pagamentos verificados manualmente
- Decisões que dependiam de planilhas, análises pontuais e intuição operacional.
Como resultado, duas restrições permaneceram:
- Visibilidade restrita: uma vez que diversas áreas da empresa não tinham uma visão clara do ciclo de compras;
- Foco operacional: já que a maior parte do tempo da equipe de suprimentos era dedicada a tarefas administrativas repetitivas, limitando as oportunidades para análise estratégica, melhoria de portfólio, gestão de risco ou negociação de benefícios.
A grande mudança começou a acontecer, justamente, com a introdução de um novo conjunto de tecnologias mais avançadas, acessíveis e integráveis.
Estamos falando da IA em procurement, automação cognitiva, analytics preditivo e agentes inteligentes.
Essas tecnologias não substituem o ERP nem automatizam cliques, mas incorporam inteligência, contexto e tomada de decisão automatizada.
Três fatores que tornam a IA em procurement urgente em 2026
Existem três elementos que convergem para tornar essa transição estratégica e urgente no ano de 2026:
- Maturidade de tecnologias e adoção crescente global: GenAI e analytics já são ferramentas reconhecidas por grandes players. Como comentamos, a Gartner indica que GenAI para procurement alcançou o “Peak of Inflated Expectations” em 2024, com 73% dos líderes esperando adotá-la até o fim daquele ano;
- Pressão por eficiência, risco e governança: crises recentes na cadeia global, inflação, volatilidade de commodities e exigências regulatórias exigem mais previsibilidade, controle, compliance e agilidade;
- Evidência de resultados em organizações maduras: de acordo com a Deloitte, empresas que investiram intensivamente em tecnologia e capacitação digital entregam resultados expressivos: redução de custos, eficiência, melhor desempenho de fornecedores e inovação.
Portanto, o principal argumento é que 2026 não representará o futurismo, mas sim o ano em que um novo modelo de procurement será consolidado.
Diante disso, a falta de preparação pode resultar em riscos de perda de competitividade, ineficiência e obsolescência operacional para grandes empresas.
Panorama das tecnologias de IA aplicadas ao setor de compras
Para entender melhor a transição, precisamos identificar o que é novo. A seguir, resumimos as principais tecnologias de IA em procurement e seus possíveis efeitos no setor.
1. IA Generativa (GenAI) aplicada a procurement
A IA generativa (modelos de linguagem e raciocínio natural) transformou radicalmente a forma como lidamos com linguagem, contratos, documentos e comunicação empresarial.
No âmbito de procurement, as aplicações mais promissoras, de acordo com analistas de mercado, englobam:
- Gestão e análise de contratos: sumarização automática, extração de cláusulas-chave, identificação de riscos e preparação de aditivos. Inclusive, um estudo da Gartner projeta que até 2027, 50% das organizações terão soluções de gestão de contratos habilitadas por IA;
- Automação de RFQs, RFPs e cotações: geração automática de solicitações de cotação com base em demanda histórica, contratos vigentes e regras internas; padronização de documentos; comunicação automática com parceiros. A Gartner ainda destaca que casos de uso em contract management, sourcing e supplier management são os principais impulsionadores da adoção dessa IA no procurement;
- Apoio conversacional e suporte interno: chatbots ou interfaces de linguagem natural para compradores internos, fornecedores e requisitantes; respostas automáticas, orientação sobre políticas internas e preenchimento guiado de formulários.
2. Agentes de IA & automação cognitiva
A IA generativa é capaz de “pensar”; a próxima etapa é a de “fazer”, com agentes autônomos que realizam tarefas de acordo com normas pré-definidas, observando governança, compliance e limites operacionais.
- Sourcing automático com critérios inteligentes: o agente analisa a demanda, o histórico, o desempenho dos parceiros, os contratos em vigor, os prazos de entrega, os riscos e cria uma proposta automática ou sugere o fornecedor mais adequado. Para compras habituais ou categorias de consumo previsível, é possível até gerar o pedido de forma automática.;
- Compras recorrentes / MRO / indiretos: o sistema reconhece padrões de consumo e emite ordens automaticamente, sem necessidade de intervenção humana. Por isso, é perfeito para insumos padronizados, peças de manutenção ou materiais indiretos;
- Organização e pagamento automatizados: o agente analisa pedido, recebimento, nota fiscal e contrato, identifica discrepâncias, sinaliza exceções e, quando tudo estiver em conformidade, processa o pagamento. Isso diminui a necessidade de retrabalho, previne pagamentos indevidos, garante a conformidade e libera capital de giro;
- Monitoramento de desempenho: o sistema acompanha entregas, qualidade, histórico de não conformidades, indicadores ESG, penalidades ou aditivos, e sugere medidas preventivas ou corretivas.
Analytics avançado, previsão de demanda e supply-chain integrado
Além da IA em procurement, outro pilar essencial é o analytics preditivo. A Gartner, no relatório Hype Cycle for Procurement and Sourcing Solutions 2024/2025, aponta que tecnologias como “predictive analytics” e “autonomous planning” estão entre as mais promissoras
Para empresas do setor industrial, isso implica:
- Utilizar histórico de consumo, sazonalidade, prazos de entrega, dados de produção, planejamento de demanda, vendas e estoque para antecipar necessidades de compra com semanas ou meses de antecedência;
- Prever problemas como falta ou excesso de estoque, obstáculos na logística, interrupções no fornecimento de matéria-prima ou insumos essenciais;
- Estimar e organizar aquisições consolidadas, negociando quantidades e prazos;
- Diminuir aquisições emergenciais, reduzir despesas de armazenamento, evitar urgências e liberar capital que está parado em estoque.
Em resumo, essa previsibilidade converte as compras de “reação” em um planejamento estratégico – o que é muito importante para indústrias com produção contínua, sazonalidade ou demanda variável.
O impacto organizacional das mudanças
Como você já deve imaginar, a implementação dessas tecnologias impacta não só sistemas ou processos, mas também pessoas, cultura, governança e a identidade da área de suprimentos da empresa.
Quer saber como se preparar? Continue nos próximos tópicos!
A metamorfose do perfil de comprador
No modelo convencional, o comprador realiza atividades como receber solicitações, buscar cotações, negociar preços e acompanhar entregas. O foco? Sempre nas transações. Já no modelo inteligente, ele passa a ser:
- Analista de dados e decisões: analisa relatórios, estabelece padrões, orienta agentes de IA e avalia o desempenho;
- Gestor estratégico de categorias e portfólio: determina volumes, contratos, fornecedores essenciais, estratégias de aquisição e gerenciamento de riscos;
- Guardião de compliance e governança: supervisiona contratos, responsabilidades, aderência a normas, sustentabilidade e auditoria;
- Elo estratégico da empresa: o profissional atua como um integrador e relacionador entre as diversas funções, estando conectado com áreas como produção, planejamento, finanças, logística e manutenção.
Vale destacar que a evolução da IA em procurement exige novas habilidades, tais como: fluência digital, entendimento de dados, raciocínio estratégico, habilidade para lidar com automação, governança e colaboração entre áreas.
Cultura orientada a dados, processos e governança
A implementação de IA em procurement provavelmente será malsucedida sem dados confiáveis, processos eficientes, integração de sistemas e uma cultura de conformidade.
Isso significa que, para alcançar o sucesso, as empresas precisam:
- Consolidar informações sobre compras, fornecedores, contratos, histórico de entregas, pagamentos, desempenho, estoque e demanda;
- Estabelecer normas para processos, categorias, nomenclaturas e regras;
- Assegurar a integração entre ERP, P2P, módulos de produção, gestão de estoque, finanças e manutenção;
- Definir uma governança de dados, conformidade, auditoria, permissões e controles;
- Fomentar a cultura de responsabilidade, clareza e uso consciente da automação.
A mudança é significativa, pois não se refere apenas à tecnologia, mas à transformação organizacional como um todo.
Governança, compliance e risco
Com agentes de inteligência artificial tomando decisões ou realizando ações, as demandas de governança, conformidade e risco também se intensificam:
- Auditabilidade: todas as solicitações, contratos, pagamentos, exceções e decisões tomadas pela IA devem ser rastreáveis, documentadas e passíveis de revisão;
- Segurança e controle de acesso: definição precisa de funções, permissões e aprovação humana quando necessário;
- Políticas de uso de IA: critérios de decisão, restrições de autonomia, avaliação regular, supervisão;
- Conformidade regulatória e jurídica: contratos, cláusulas, responsabilidades fiscais, ambientais e regulatórias devem estar em conformidade com a legislação local, normas internas, auditorias e exigências de compliance;
- Gestão de riscos: risco de vendor lock-in, dependência tecnológica, problemas de integração, erros de dados, falhas de segurança, contingências na cadeia de suprimentos, etc.
Sem essas precauções, a automação pode trazer mais desvantagens do que benefícios.
Portanto, costumamos dizer por aqui que a mudança para o “procurement inteligente” exige responsabilidade, governança e bases sólidas.
Por dentro do caminho de adoção: da ambição à execução de sucesso
Se você quer adotar o modelo de “procurement inteligente” na sua empresa, é essencial seguir um caminho estruturado.
A seguir, preparamos um roteiro que pode (e com certeza vai) te ajudar nesse desafio:
Diagnóstico e padronização de dados e processos
O primeiro passo para a adoção da IA em procurement é, sem dúvidas, realizar um diagnóstico e olhar para os processos internos. Isso pode incluir, principalmente:
- Mapeamento completo dos processos de aquisição: da solicitação ao pagamento. A ideia é entender variações, desvios, exceções e gargalos;
- Identificação dos sistemas envolvidos: ERP, SRM, módulos de estoque, produção, finanças, manutenção, sistemas antigos e planilhas;
- Consolidação e limpeza de dados: fornecedores, acordos, histórico de consumo, recebimento, entregas, pagamentos, categorias, orçamentos e níveis de estoque.;
- Padronização: categorias e nomenclaturas, critérios de aprovação, contratos, processos de sourcing e políticas internas;
- Definição de governança e integração entre setores: suprimentos, tecnologia da informação, finanças, produção e conformidade.
Tenha sempre em mente: qualquer esforço de automação ou IA será instável sem essa primeira fundação.
Escolha de casos de uso de alto impacto e baixo risco
Por que fazer “tudo ao mesmo tempo”, se você pode priorizar o que mais importa? Para o setor de compras, estamos falando de:
- Automatização de atividades repetitivas: contrato padrão, aprovação de solicitações de baixo valor, aquisições de consumo habitual, MRO, produtos indiretos);
- Relatórios e análises para visualizar despesas e identificar oportunidades de economia;
- Sourcing para categorias padronizadas, parceiros com histórico e baixo risco;
- Gerenciamento automático de contratos com notificações e conformidade.
Esses casos trazem retorno imediato, geram aprendizado, constroem confiança interna e, claro, criam condições para a implementação de IAs mais sofisticadas.
Implementação de plataforma P2P integrada + automação + IA
Para escalar, é essencial implementar uma solução P2P que:
- Coordene todo o ciclo, incluindo solicitação, fornecimento, contrato, pedido, recebimento, nota fiscal e pagamento;
- Habilite a automação de fluxos de trabalho com regras de negócio, aprovação eletrônica, exceções, registros e auditoria;
- Administre dados de maneira centralizada, organizada e segura;
- Habilite a integração com sistemas de ERP, gestão de estoque, produção e finanças;
- Esteja pronta para se desenvolver com a IA, desde análises, automação cognitiva e agentes inteligentes.
Governança, compliance, segurança e controles de risco
Por fim, com decisões e automações, é importante também assegurar:
- Diretrizes de uso e restrições para automação e inteligência artificial;
- Papéis de responsabilidade. Isto é, quem estabelece normas, quem aprova exceções e quem realiza auditorias;
- Trilhas de auditoria, registros de decisões, documentação contratual, histórico de fornecedores e conformidade fiscal/regulatória;
- Gestão de riscos constante, incluindo proteção de dados, dependência tecnológica, plano de contingência para falhas, etc.
Ah, e o principal: supervisão humana em decisões de grande importância ou críticas.
Por que a UpFlux é o parceiro ideal para a jornada de IA em procurement?
Como você pôde perceber, a transição não é simples. Isso porque, ela envolve dados, integração de sistemas, governança e mudança de cultura.
Para isso acontecer de verdade, você precisa mais do que planejamento – precisa de execução. A UpFlux atua exatamente nesse ponto, oferecendo:
- Visibilidade do processo (Process Mining aplicado ao P2P): mapeamos como sua empresa realmente opera sem achismos, com dados, identificando gargalos, variações, desvios, ineficiências e oportunidades de padronização;
- Plataforma P2P robusta e integrada: nossa solução orquestra todo o ciclo de compras (requisição> sourcing> contrato> pedido> recebimento> nota fiscal> pagamento), com workflows configuráveis, automação de tarefas administrativas, compliance, logs e auditoria;
- Governança, compliance e rastreabilidade como padrão: permissões, aprovações, controles, auditoria e trilhas de decisão. Tudo isso dentro da plataforma, garantindo segurança, conformidade regulatória e transparência;
- Eficiência, savings, confiabilidade e agilidade operacional: com a UpFlux, as compras passam a ser previsíveis, rastreáveis, menos propensas a erros, e com maior visibilidade e controle.
Em resumo, a UpFlux é a base que sustenta o procurement inteligente. Com ela, sua empresa sai de processos desorganizados e reativos para uma operação integrada e estratégica.
Conclusão: 2026 será o marco do procurement inteligente e estratégico
As mudanças em supply chain e procurement estão acelerando, e empresas que não acompanharem perderão competitividade.
Em resumo, a combinação de novas tecnologias fará de 2026 um ano de reestruturação estratégica para a área.
Para as grandes indústrias brasileiras, a migração para esses novos modelos não é uma opção, mas um uma obrigação. Quem não se preparar correrá o risco de sofrer com rupturas, desperdício de recursos e perda de competitividade, enquanto muitos concorrentes avançam em velocidade, governança e eficiência.
A boa notícia é que a UpFlux está pronta para te apoiar nessa trajetória, desde a da fundação de dados e processos, passando por automação e integração, e chegando à adoção de IA, agentes e procurement intelligence.
Afinal, entendemos que o futuro do procurement não é mais um plano de médio prazo. É uma urgência estratégica.
